Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Consórcio lança ‘cripto de real’ para transações diretas entre plataformas

Denominada BRL1, a criptomoeda pareada à moeda brasileira, vai permitir operações sem necessidade de Pix e banco intermediário para transferências

Um consórcio formado pelas plataformas de negociação de criptoativos Mercado BitcoinFoxbit Bitso está lançando uma criptomoeda pareada ao real que viabilizará transações entre mesmas contas pelos clientes das exchanges.

A proposta, inédita no mundo, permitirá que saques e transferências de valores em criptos entre plataformas não precisem passar por uma instituição financeira tradicional, por meio de Pix. Para entender melhor: um investidor tem conta no Banco Amarelo e negocia criptos nas exchanges Branca e Preta.

Para comprar bitcoin na exchange Branca, o investidor precisa fazer um Pix de sua conta no Banco Amarelo. 

Se resolver comprar outra cripto, como ethereum, por exemplo, na exchange Preta, precisará solicitar o Pix do valor determinado para o Banco Amarelo, e novamente enviar outro Pix para a exchange Preta.

Um processo meio complicado e moroso, apesar de todos os benefícios do pagamento instantâneo brasileiro. 

Com a BRL1, compras e vendas entre exchanges poderão ser realizadas diretamente, sem a necessidade de intermediação do banco onde o investidor tem conta corrente.

Futuramente, a ideia é integrar a BRL1 ao sistema Drexdo Banco Central, onde poderão ser transacionados ativos 100% digitais, assim como tokens de investimentos e até empréstimos

Atualmente, o ecossistema cripto já conta com criptos de dólar, que são classificadas tecnicamente como uma stablecoin pareada a um ativo real. Esse tipo de cripto está entre as mais negociadas no mundo, liderado pela Tether (USDT), que já conta com uma capitalização de mercado de US$ 120 bilhões, a terceira maior, atrás apenas do bitcoin e do ethereum.

“Os casos de uso de stablecoin de dólar são muito nichados, como pagamentos transfronteiriços, exposição a dólar, utilização em finanças descentralizadas, mas que não impactam tanto no usuário comum, que tem conta em reais, usa reais no dia a dia, mas que ainda não tinha uma opção de ter reais numa forma digital fora do sistema financeiro tradicional", explica Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin (MB)

“Ainda existe alguma fricção entre o sistema financeiro tradicional com o mundo cripto. E quando você coloca uma criptomoeda de real, com suporte de grandes participantes desse mercado, acho que estamos dando alguns passos na frente, temos uma boa chance de conseguir atingir esse usuário comum”, reforça Tota. 

Como uma stablecoin preconiza, a BRL1 é pareada ao real, isto é, 1 BRL1 é igual a R$ 1. As reservas que garantirão o lastro e a paridade serão compostas por títulos do Tesouro Nacional.

Charles Aboulafia, presidente da Cainvest, ressalta que as reservas serão auditadas e divulgadas com total transparência aos usuários. Quarto integrante do consórcio, a Cainvest é a maior provedora de liquidez para o mercado institucional de criptomoedas no Brasil.

Como os títulos do Tesouro Nacional são remunerados conforme um determinado indexador, como inflação ou juros, o consórcio estuda, além de custear suas operações, repassar parte do rendimento aos detentores de BRL1. Essa política será determinada por cada participante do consórcio, futuramente. 

O novo criptoativo estará disponível nas exchanges ainda este ano, com a primeira emissão de R$ 10 milhões, custodiados pelo MBPay Nvio, instituições de pagamento do MB e Bitso, respectivamente, regulamentadas pelo Banco Central. O consórcio tem a expectativa de chegar a um volume de 100 milhões de BRL1 emitidos em um ano.

A cripto de real tem ainda uma vocação para trazer o “open cripto finance” para o usuário final, como explica Ricardo Dantas, diretor executivo da Foxbit. “O ecossistema cripto já nasceu ‘open finance’, pois todas as exchanges estão interligadas por meio de sistemas conectados às redes blockchain”, ressalta. 

Aboulafia afirma que a ideia é abrir o consórcio para novas parcerias, com a entrada de outros participantes do mercado cripto. Além disso, a BRL1 poderá ser listada em exchanges internacionais. Segundo ele, já há empresas estrangeiras interessadas, que serão divulgadas posteriormente. 

“Estamos construindo todos os detalhes deste projeto com muito cuidado para que a BRL1 beneficie o máximo de pessoas e empresas que operam no Brasil e explore o potencial das stablecoins em promover transações locais e pagamentos internacionais mais baratos, rápidos e transparentes”, diz Bárbara Espir, diretora da Bitso no Brasil, em nota. 

Espir destaca ainda que “a BRL1 desempenhará um papel estratégico como infraestrutura para modernização, eficiência em pagamentos nacionais e internacionais, reserva de valor e contas internacionais em reais, funcionando como um complemento à Drex”. 

O consórcio conta ainda com parceiros estratégicos como a Fireblocks, especialista em segurança e infraestrutura para ativos digitais, que proverá a tecnologia para tokenização e custódia da stablecoin. A empresa participou de projetos de tokenização de moedas em países como Colômbia, Austrália, EUA, México e Japão.

O escritório Pinheiro Neto Advogados é o assessor jurídico do projeto, garantindo conformidade regulatória em todas as etapas.

Publication Site

Valor Investe

Publication Date

Oct 7, 2024

Author

Laelya Longo

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